sexta-feira, dezembro 23, 2005

Paz.



Although it's been said many times, many ways, Merry Christmas to you.


Festas Felizes!



Tenho uma relação de amor com o Natal.

De amor, por ter crescido num ambiente em que a família era fulcral, tudo girando em seu torno, tornando a noite de Natal na sua manifestação máxima; altura em que toda a família se reunia em casa de meus pais. O motivo era eu; o membro mais novo da família, em Portugal, em volta de quem todo o ritual se desenrolava, da construção da árvore e do presépio à chegada das prendas, à meia-noite de 24, quando as luzes se apagavam e o Pai Natal tocava à campainha, deixando o enorme e desejado saco à porta e partindo de trenó para nova entrega sem que eu o visse (tudo obra do meu primo Manuel António, que desligava o geral no quadro eléctrico, colocava o saco à porta do apartamento, descia as escadas até à rua para tocar a campainha e voltava a subir para ligar a luz quando eu, depois de constatar a presença das prendas à porta, corria para a janela da sala de jantar a ver se ainda via o Pai Natal no céu da noite...).


Mas se eu era o motivo, o meu pai era o espírito desse Natal.



Era o meu pai que reunia a família, na véspera de Natal, e que tornava cada uma dessas noites num acontecimento, com o seu humor e a sua alegria contagiante. Será sempre no Natal que sentirei mais a sua falta. Desde que faleceu, nunca mais foi verdadeiramente Natal.

Mas o tempo passa e, desde que casei, esforço-me por fazer voltar o espírito de Natal que o meu pai tão bem ilustrava, não em casa de minha mãe, onde as memórias serão sempre demasiado penosas, mas numa casa nova: a nossa. Como no ano passado, a tradição começa a estabelecer-se, mas sei que só quando surgirem os pequenos, que transformam o Natal na noite da família por excelência, ele voltará a ser aquele tempo de celebração e alegria por inteiro. E quando alguém apagar as luzes e um petiz ou uma petiza correr para a janela, sei que não verá o Pai Natal no céu, mas também sei que, de uma daquelas estrelas, será visto por alguém que o ama, mesmo não estando entre nós.

A todos, desejo um Feliz Natal na companhia e no calor dos que vos são queridos.

Rui Semblano

nota:
Como o ano passado, vamos reunir a família nas Terras do Falcoeiro, no Vale da Açucena, próximo de Alvaiázere. Cá em casa, só quando houver pequenos! Tentarei, desde lá, enviar notícias para A Sombra. Até então.
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The Sound Of Music...

Já há alguns dias que tenho dificuldade em abrir as músicas que coloco n'A Sombra. Imagino que os que a visitam, também. Pois acontece que a fonte onde os links sonoros d'A Sombra iam beber, secou.

Sei disso por ter posto o problema aos técnicos do Multiply, o servidor para onde faço os uploads das músicas que quero partilhar via A Sombra. Eis a resposta:

"Hi Rui,

My apologies, but I'm not quite sure I understand what it is that you're doing. Are you linking directly to a music file that you've posted on Multiply? Unfortunately, we've had to put in more measures to prevent this. So many people were abusing this and linking to music and video files from other sites that it was slowing our servers down significantly. We are looking into options that will allow you to link to files from within other Mutliply posts, but definitely not from outside Multiply.

Paul"


Gostei imenso da subtileza, Paul. Principalmente sabendo que era exactamente o que eu estava a fazer: ligação aos links de download a partir de fora do Multiply.
Bom... Acabou-se o que era doce.

Apetece dizer como nos velhos tempos da RTP:
"Pedimos desculpa pelo inconviniente, apesar de alheios ao facto..."

E, já agora, se algum dos nossos visitantes souber de um servidor onde possa armazenar mp3 na Web para ligar as músicas a partir do Blogger, agradeço a sugestão para o e-mail do costume.

Gracias. Thank you. Arigato. Merci. Danke Schon. Parakalo. Spassiva. Obrigado.
:)

quinta-feira, dezembro 22, 2005

So what?

Ontem casou-se Elton John.

Não se pode dizer que tive uma decepção, quando se soube que EJ era homossexual. Também não foi uma surpresa. Não me considero homofóbico, antes "bichafóbico". A associação da homossexualidade com feminilidade é uma realidade triste e artificialmente construída. Ser homossexual não significa ter modos femininos; é apenas uma opção íntima, que nada tem a ver com "gay pride parades" ou com saltar para cima das mesas aos gritinhos. Isso incomoda-me, tal como me incomodam os que não controlam o álcool e saltam para cima das mesas aos berros. Detesto exibicionismos, venham eles a propósito do que quer que seja.

Elton John, como George Michael, são dois cantores que admiro, com trajectos coerentes (mais o George que o John) e carreiras sólidas. De George Michael guardo todos os trabalhos, muitos deles quase retratos de certas fases da minha própria vida que, já que falamos deste tema, nada tem a ver com homossexualidade.

Não atiraria nunca os discos destes dois pela janela, mesmo que se descobrissem situações realmente escandalosas nas suas vidas, e ser homossexual nada tem de escandaloso.
A Arte transcende o Artista. Tem vida própria.

Para o provar, ouçam aqui mesmo, e digam lá se interessa alguma coisa a orientação sexual de quem fez música desta para a apreciar.



Elton John - Rocket Man

quarta-feira, dezembro 21, 2005

terça-feira, dezembro 20, 2005

Grunhidos de maçarico


Imperial Grunts
The american military on the ground

Robert D. Kaplan

Ed. Random House, 2005



"Grunhidos...

Tenho por hábito procurar, aos Domingos, a coluna "Um livro por semana", editada no jornal Público. Gosto de ler e de comprar os livros que mais me dizem respeito, seja por razões de trabalho ou de puro lazer, e uma crítica ajuda na decisão da leitura como da compra. Sendo semanal e relativamente sucinta, a dita coluna tornou-se quase imprescindível... Até Domingo passado.
Escrevia o seu autor (que não é identificado) sobre o livro: "Imperial Grunts: The american military on the ground", de Robert D. Kaplan, mas só me apercebi do facto de não ser o título da coluna uma piada, "Grunhidos Imperiais", quando ele o repetiu como sendo o título do livro em português; isto na sua ideia, é claro!
Como é que alguém que se propõe escrever num jornal, para mais o Público, sobre um livro escrito em inglês, não faz ideia sobre o que significa o título do mesmo? As implicações disto na leitura e consequente critica são evidentes.
Agora percebo o porquê de, depois de adquirir e ler "Dresden, Tuesday 13 February, 1945", de Frederick Taylor, um livro que há tempos apareceu na dita coluna, não ter percebido nada de parecido com o que foi sobre ele dito na mesma. É triste.
Já agora, a tradução e sentido mais apropriados para o livro "Imperial Grunts" é "Maçaricos Imperiais: As forças armadas norte-americanas no terreno".
Agora, "grunhidos"? Essa está boa.

Rui Semblano"


Carta enviada ao Público por e-mail, a 20-12-2005

nota:
Mais concretamente, "Grunt" significa "Foot soldier", que é como quem diz qualquer soldado da infantaria, mas é um termo dual, depreciativo ou afectivo, conforme o contexto. Ao escolher o termo "maçarico", estarei talvez a deturpar o sentido original do título, mas fi-lo propositadamente, pois, apesar disso, é uma tradução muito mais acertada que... grunhidos!...

Ainda voltarei a Dresden... Mas não agora, nem hoje.
Quanto ao maçarico que anda a escrever recensões no Público, parece que grunhe mais do que lê; pelo menos em inglês. Haja paciência...

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Complexos

A Bloglist d'A Sombra volta a incorporar o Lourenço Ataíde Cordeiro, que reencontrei no Complexidade e Contradição. O seu Blog anterior, que frequentei antes da minha pausa prolongada, era um dos que mais gostava no campo da arquitectura, mas não se limitava só a arquitectura. É com prazer que o Lourenço passa, de novo, a constar dos nossos Bloglinks. O seu antigo Projecto permanece nos links dedicados aos Históricos.

E como se fazem actualizações, os Corsários ganham o seu lugar de direito junto dos Blogs que visito frequentemente e, daí, a sua entrada para os Bloglinks d'A Sombra. Velas ao vento, rumo a Port Moresby! (I wish...)

Resta a constatação de um outro regresso: o de Fabien Jeune. Esotérico, como sempre, já sabia que escolheria o tema que tinha "no ar" quando lhe "cortei o pio". Nem queria acreditar, quando lhe disse que A Sombra tinha voltado e o tinha mantido no Blog. Espero que se actualize rapidamente. Sinto falta da sua língua afiada, da resposta tão pronta quanto a espada.
Salut, Fabien!

Et voilá, c'est tout. Pour l'instant...

nota:
O título desta entrada tem muito que se lhe diga e que dizer de quem o lê.
Tentem recordar a vossa primeira impressão ao vê-lo; conhecer-se-ão melhor! :)

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Winter Wonderland

Este é o espírito!



Diana Krall - Winter Wonderland (Christmas Songs)

Pois é...



Pois é (não é?) - Clã (Vivo)

Bush speech on Iraq - 2

G. W. Bush (GWB) continua a não perceber (ou a não querer perceber) o que se está a passar no Iraque. Desde logo porque confunde Iraque com Bagdade, como confunde Afeganistão com Kabul. O facto de muitas mulheres andarem de cara descoberta na rua, de se falar ao telemóvel frequentemente, de existir alguma revitalização dos mercados, de cidadãos afirmarem a sua nacionalidade sobre a sua etnia, que são, afinal, as imagens que nos chegam de Bagdade (como de Kabul), nada significam se, a escassos quilómetros, está tudo de pernas para o ar. Exorbitando, podemos imaginar um general ao telefone com GWB e este a dizer "Como 'mais soldados'? Mas ainda agora vi na Fox que está tudo bem!"

Para quem viu o discurso transmitido hoje de madrugada, as dificuldades de GWB em manter a postura são evidentes. Só lhe faltou, com aquele ar espantado que lhe é próprio, perguntar "Mas só eu é que vejo que estamos a ganhar a guerra?". É importante, sim, que GWB admita (já vezes sem conta) que estava enganado no início da guerra, que existe uma guerra, que não haviam ADM's no Iraque, que existem e vão existir sacrifícios, mas o que diz a seguir mostra que só admitiu tudo isso por ser forçado a tal. De resto, tiradas como "Só temos duas alternativas: a derrota ou a vitória." (mas onde é que eu já ouvi isto?) fazem-nos lembrar outras do género "Vitória ou Morte", ao longo da História, que todos sabemos como terminaram.

A afirmação "Retirar antes da vitória seria um acto irresponsável e desonroso e eu não o permitirei." diz quase tudo. Deve ser reconfortante, para as tropas da linha da frente, saber que estão a lutar por uma questão de "manter a face" de um engravatado a milhares de quilómetros de distância e pouco mais.

Ilustrativo do que disse abaixo (ver entrada "Operações Especiais", de 16-12-2005) é a tirada "Para a semana, os americanos reunir-se-ão para celebrar o Natal e o Hanukkah"; mostrando bem como, mesmo falando de um assunto eminentemente árabe (e para o mundo árabe que o escutava com atenção), GWB não consegue separar a religião do seu discurso. Se tivesse referido apenas o Natal, constataria um facto tradicional que tem tanto de laico como de religioso, mas juntando-lhe o Hanukkah, não só a torna uma referência religiosa como ilustra cristãos e judeus de mãos dadas nos EUA, o que até seria bonito, não fossem as implicações que as palavras vão ter no mundo árabe...
Mas quem lhe escreve os discursos?

Mais uma vez, um rato foi parido. Nada de novo, muito nervosismo e pretenciosismo, pouca humildade... Talvez a Natureza não tenha explicado convenientemente a GWB que é, e será sempre, a única super potência à face da Terra.
O Katrina já lá foi, não é?

RS

Bush Speech on Iraq - 1



Dubya,
agora mesmo
na CNN...



Old news. More deaths. No end in sight. God bless him.*
* Nada de novo. Mais mortes. Nenhum fim à vista. Deus o abençoe.

A (sad) Xmas Carol... (Link para o video do discurso no site do Washington Post)

O discurso oficial (Link para a transcrição do discurso no site da Casa Branca)


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domingo, dezembro 18, 2005

Shadow's Mood

Após andar a bater a Net (e com uma ajuda do Ernesto), A Sombra já tem o seu som. A partir de hoje, para além de um ocasional clip colocado nas entradas, poderão "ouvir" o meu estado de alma.

É na coluna da direita, sob o relógio, em Shadow's Mood e, como indicado, o tema varia conforme a minha disposição que, actualmente, é algo azulada. Ando a ouvir o Miles. O take alternativo do "Flamenco Sketches", de Kind Of Blue, que não estava na versão original (Columbia, 1997 - Original recording: Columbia, 1959).

Smooth...



Miles Davis - Flamenco Sketches (Alternate Take) - Kind Of Blue

Acto patriótico

A propósito desta entrada no Blasfémias, sobre as escutas realizadas nos EUA pelas autoridades federais a cidadãos nacionais e estrangeiros, desenvolveu-se uma interessante troca de "blasfémias" (que, no caso, é como quem diz comentários) em que Dubya (aka GWB) termina por ser a vítima, de acordo com os que concordam com o teor da referida entrada, intitulada "Mentiras". O título está bem posto, mas pelos motivos errados.

Ora o que os jornais têm referido, de acordo com constatações de factos feitas por anti-americanos primários como o Senador Republicano John McCain, é que foram feitas "à margem da lei" milhares de escutas a milhares de cidadãos norte-americanos. Onde está a mentira? Bom, talvez seja melhor rever as declarações de Dubya na sua própria homepage, o site da Casa Branca, que o Gabriel (autor da entrada em questão) também cita. Vou fazê-lo transcrevendo a parte citada no Blasfémias e acrescentando-lhe o resto das palavras ditas por G. W. Bush, tal como estão na dita homepage do próprio:

(Blasfémias e Dubya):
"Nas semanas que se seguiram aos ataques terroristas à nossa nação, autorizei a Agência Nacional de Segurança (NSA), de acordo com a lei dos EUA e a Constituição, a interceptar as comunicações internacionais de pessoas (...)"
(Dubya):
"(...) com ligações conhecidas à Al-Qaeda e a organizações terroristas com ela relacionadas. Antes de interceptar essas comunicações, o governo tem que ter informação que estabeleça um elo de ligação claro a essas redes terroristas."

Tadaa!!
Ora se o que o Senador McCain alega é mentira, é porque os milhares e milhares de escutas em causa se resumem a comunicações reconhecidamente entre o alvo da escuta e a Al-Qaeda ou alguma organização com ligações a esta.
Por muito competentes que se tenham tornado os serviços de informações dos EUA desde 11 de Setembro de 2001, acho que é seguro afirmar que, a existirem tantas pessoas com ligações à Al-Qaeda nos EUA quantas as escutadas, já deveriam ter sido cometidos uns bons 300 novos atentados em solo norte-americano, fora os que seriam travados a tempo.

Bottom line:
Cabe ao governo norte-americano provar que todos esses milhares de escutas se enquadram nas instruções de G. W. Bush (que não terminaram em "pessoas...", como vimos).
O que é que acham?

I rest my case (hopefuly).

nota:
O discurso de Dubya está neste sítio da sua homepage.
(Caro Gabriel, não lhe agradeço esta informação, pois já tinha visto. Ir lá, para mim, é tão natural como ir à casa-de-banho, e "recorto" tudo o que me interessa, como aquela entrevista em que G. W. Bush vê em directo na televisão o primeiro Boeing a atingir o WTC...)

Tryo 2

Assim podem ouvir a música e seguir a letra pela entrada Tryo, mais abaixo.
O videoclip tem passado na MCM Top e é castiço.

Crie-le bien fort use tes cordes vocales - Hey!


L'hymne de nos campagnes - Tryo